Prêmio João Moojen
Prêmio João Moojen
O estatuto da SBMz prevê que cabe à Diretoria em exercício financiar o “Prêmio João Moojen para as melhores teses e/ou dissertações durante os Congressos Brasileiros de Mastozoologia". Assim, no XII Congresso Brasileiro de Mastozoologia (XII CBMz), a ser realizado em setembro de 2024, na Armação de Búzios, RJ, a atual diretoria oferecerá um prêmio de R$2.500,00 para a melhor tese de doutorado defendida entre janeiro de 2023 a maio de 2024.
Condições para inscrição:
- Ter defendido a tese entre janeiro de 2023 a maio de 2024;
- Ser sócio adimplente em dois dos últimos 3 anos (em edições futuras, pleiteantes ao prêmio deverão ser adimplentes em dois anos consecutivos);
- Ser sócio adimplente em 2024;
- Participar do XII CBMz em Armação de Búzios, RJ.
Documentos a ser enviados:
- Resumo expandido da tese, com no máximo 2000 palavras;
- Um vídeo de 3 minutos apresentando a tese (no mínimo com objetivo geral e os principais resultados e conclusões da tese);
- Termo de autorização de uso de imagem e vídeo, o vídeo da melhor tese poderá ser veiculado total ou parcialmente nas redes sociais da SBMz a fim de promover o trabalho científico premiado;
- PDF da tese (este documento não será avaliado pelo comitê de avaliação, apenas será utilizado para dirimir quaisquer dúvidas que surjam da leitura do resumo e visualização do vídeo);
- Diploma de doutorado ou ata de defesa;
- CV lattes atualizado.
Os documentos devem ser enviados até 23 de agosto de 2024 para o e-mail da diretoria: sbmz.diretoria@gmail.com.
Avaliação:
Uma comissão a ser definida pela Diretoria irá avaliar os documentos e a originalidade, relevância e qualidade das teses concorrentes. A comissão será composta por pessoas que não tenham conflito de interesse com os (as) candidatos(as), como parentes, orientadores, membros de bancas avaliadoras e colaboradores frequentes na publicação de artigos, capítulos de livros, projetos de pesquisa, entre outros.
Quem foi João Moojen?
João Moojen (esq.) e Ralph Wetzel, Museu Nacional, RJ (1979).
João Moojen de Oliveira exerceu, entre inúmeras ocupações em sua longa carreira acadêmica, a função de curador do Museu Nacional (MN) da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Sob sua gestão, a coleção do MN deu um importante salto qualitativo e quantitativo: qualitativo, porque Moojen trouxe ao Brasil uma importante experiência em gestão e curadoria de coleções científicas e pesquisa em sistemática de mamíferos quando de seu retorno dos Estados Unidos, onde foi desenvolver seu doutoramento; quantitativo, porque através de uma iniciativa visionária, fez importantes parcerias com órgãos governamentais visando estudar áreas endêmicas de zoonoses. Um dos resultados destas parcerias foi a incorporação de dezenas de milhares de espécimes de mamíferos oriundos de zonas pestígenas do Nordeste do Brasil à coleção do MN, cada um acompanhado de dados biológicos minuciosos (mais um benefício de seu doutorado nos EUA).
Moojen nunca foi associado da SBMz, a sociedade foi fundada no ano de seu falecimento (1985); independentemente desse fato, Moojen deixou um legado mastozoológico que serviu e serve de modelo para toda nossa comunidade: Esse prêmio é uma forma de honrarmos esse legado e premiarmos a futura geração de mastozoólogos que dará continuidade a essa importante área do conhecimento científico em nosso país.
Abaixo, apresentamos alguns trechos de uma biografia escrita pelo Prof. Dr. Fernando Dias de Ávila-Pires, em um volume especial do Arquivos do Museu Nacional* em homenagem a Moojen, editado pelo Prof. Dr. João Alves de Oliveira em 2005 (não, ele é não parente de João Moojen; aliás aqui vai uma interessante coincidência: ao longo de sua história, o MN teve e tem diversos curadores com o sobrenome Oliveira, como João Moojen de Oliveira, João Alves de Oliveira, Leandro de Oliveira Salles e Luiz Flamarion Barbosa de Oliveira!).
“João Moojen, que não usava o sobrenome “de Oliveira” e dispensava o título de “Professor Doutor”, foi figura marcante na Zoologia brasileira do século XX.”
“No dia 3 de janeiro de 1939, João Moojen ingressou na Divisão de Zoologia do Museu Nacional, tendo prestado concurso de títulos e provas para o cargo de naturalista do Ministério da Educação e Saúde, em 4 de julho do mesmo ano, com a monografia “As Espécies Brasileiras dos Gêneros Echimys, Phyllomys e Cercomys [=Thrichomys].””
“Moojen obteve o PhD na Universidade de Kansas, centro tradicional em pesquisas e formação de mastozoólogos então dirigido por E. Raymond Hall, onde permaneceu de 1945 a 1948. Passou pela Universidade da Califórnia, recebendo forte influência do pensamento de Joseph Grinnell, realizando pesquisas paleontológicas no Arizona e Colorado durante quatro meses.”
“Desde seu ingresso no Museu Nacional, Moojen colaborou com o Departamento Nacional de Saúde, embrião do Ministério da Saúde, realizando pesquisas de campo e cursos sobre peste bubônica. Sob sua orientação, foram estabelecidos laboratórios espalhados em toda a área de endemismo dessa doença. Técnicos bem treinados realizavam coletas rotineiras de roedores e seus ectoparasitos, o que levaria o Brasil a tornar-se o único país a possuir dados ininterruptos sobre a ocorrência de peste bubônica durante mais de 35 anos. Os mapas de campo preparados pelo pessoal do Serviço Nacional da Peste permitiam localizar cada fazenda, sítio ou residência nas diferentes circunscrições em que atuava.”
“Dessas colaborações resultou uma coleção mastozoológica riquíssima, com mais de oitenta mil exemplares, incorporados ao acervo do Museu Nacional.”
“João Moojen faleceu no Rio de Janeiro no dia 1 de abril de 1985, deixando quatro filhos, doze netos e dois bisnetos.”
* Ávila-Pires, F.D. 2005. João Moojen. Arquivos do Museu Nacional, 63: 7-12.